sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pegando um Cineminha

Levei um bom tempo para aceitar um convite para sair com ele. Eu havia passado por uma decepção amorosa enorme, que me afastou de todo e qualquer homem por mais de um ano e meio. Me isolei mesmo, só queria curtir minha dor de cotovelo em paz.

Não que sair com ele fosse exatamente um "encontro". Wagner era meu amigo, apenas isso. Um amigo agradável, divertido, sempre espirituoso. E tímido! Acho que essa era a qualidade que mais me encantava, o jeito como ele ficava sem graça quando eu fazia alguma zoação. E, acima de tudo, havia um contraste entre a timidez dele e uma certa agudeza que ele sempre trazia no olhar. Não sei explicar... um olhar que passa sempre a sensação de que a mente está muito ativa por trás daqueles olhos escuros.

Apesar de sermos bons amigos, eu relutei tanto em aceitar o convite porque... nossa, ele é atraente. Tem o corpo malhado, cabelo comprido, um cavanhaque discreto. E, por Deus, eu não sou de ferro. Não sabia o que podia rolar estando eu e ele numa sala escura, ainda mais porque eu estava há uma era geológica sem namorado.

Sim, por que ele me chamou pra ir exatamente ao cinema.

Pegamos a primeira sessão da noite, e eu não tinha ideia de que filme iríamos ver até que chegamos ao cinema, já que a escolha ficou por conta dele. Fiquei me perguntando se ele possuía um gosto bastante exótico para filmes, ou se a escolha tinha sido intencional. O filme era... sem palavras. Acho que ruim era pouco. Mas, como o importante em um passeio é a companhia, deixei rolar.

Já no interior do cinema, comprovei minha teoria sobre o filme ser mesmo horrível. Havia meia dúzia de pessoas no cinema inteiro. Além disso, comecei a desconfiar que meu amigo estava um tanto mal intencionado quando me conduziu para sentarmos na última fileira do cinema, do lado esquerdo. Era um recanto tipo "fim de linha". Dava para ficarmos completamente à vontade ali.

Começamos a conversar, enquanto passavam na tela os milhões de trailers antes do filme. Em pouco tempo ele estava falando no meu ouvido, com aquele braço imenso me abraçando pelo ombro. Eu tinha certeza que devia relutar um pouco, mas... cadê forças para isso? Quando em dado momento ele roçou "sem querer" o cavanhaque na minha orelha, eu fechei os olhos, sentindo-me derreter por dentro.

Ele percebeu na hora como eu amoleci, e puxou-me mais para perto. Afagou meu cabelo com a mão direita, afastando uma mecha do meu rosto. Despreguei os olhos da tela, onde eu tentara bravamente focar minha atenção, sem sucesso. Encarei aquele olhar intenso que me observava e no momento seguinte eu me perdia num longo beijo.

Minha vontade era me afogar naquela boca pra sempre. À medida que ele aprofundava o beijo, me puxava mais para si naquele abraço firme e quente. Continuava a me afagar o cabelo, e eu retribuí a carícia, brincando com o longo cabelo dele, segurando aquele pescoço sólido. A essa altura eu o incentivava mais e mais, saboreando aquela boca com a minha língua faminta, enquanto a mão dele deslisava para a minha coxa. Dei graças internamente por ter saído de casa de vestido. Em pouco tempo aquela mão firme deslisava pelo meio das minhas coxas, roçando de leve minha calcinha. Ele constatou com um gemido de prazer o quanto eu já estava molhada, apertando-me a carne, afastando-se da minha boca para beijar-me o pescoço. Minhas mãos deslisaram pela camisa dele, abrindo os botões, acariciando-lhe o peito. Abaixei a cabeça um pouco, oferecendo-lhe a nuca para ser beijada, enquanto eu beijava o peito firme dele sem parar. Com um movimento ágil ele desabotoou a calça jeans e abriu parcialmente o zíper. Meu olhar, nublado de desejo, foi imediatamente atraído para o delicioso volume sob a calça dele. Mil idéias já passavam pela minha cabeça, quando um pequeno imprevisto aconteceu.

Assim que o filme começou, duas meninas, que pela atitude formavam um casal, sentaram-se a poucas cadeiras de nós. Se abraçaram, cochicharam, e olharam disfarçadamente para nós por duas vezes. Eu e ele desaceleramos aquela pegação toda, por causa da indesejada platéia. Eu rezava internamente pra elas irem embora, enquanto ele se limitou a bufar, visivelmente contrariado.

Como elas não pareciam ter a menor intenção de se mover, Wagner retomou nosso amasso, ignorando-as completamente. Eu recomecei a cariciá-lo, louca de desejo, porém muito menos à vontade que antes. A presença das duas tão perto de nós me incomodava. Tive a impressão de que elas sentaram ali só pra nos atrapalhar. Em dado momento falei, sem muito tempo para a amadurecer a ideia:

- Wagner, pára... melhor paramos. - falei baixo, mas de modo que elas duas pudessem ouvir.
- Por que? - ele indagou, sem se afastar do meu pescoço.
- Por causa daquele rato... você não o matou, ele só fugiu. A gente se pegando desse jeito nem vai ver se ele voltar... não quero aquele bicho subindo no meu pé outra vez...

As duas garotas se entreolharam, sem se dar conta de que eu as observava. Cochicharam novamente e se levantaram no momento seguinte, andando lenta e disfarçadamente, como se nada tivessem ouvido. Wagner percebeu a movimentação das duas, sem mesmo precisar olhar, e entendeu meu comentário. "Sapeca..." ele sussurrou no meu ouvido, enquanto sua mão voltava pra minha coxa.

Daí em diante estávamos a sós naquele espaço, todos os outros olhares estavam longe. Nos perdemos novamente em um beijo urgente, minha mão deslizando pelo peito dele, pelo abdomem firme, indo cada vez mais para baixo. Um lampejo de sobriedade passou pela minha cabeça de repente, e perguntei se não podíamos ir para um lugar mais sossegado, sair do cinema. Ele sussurrou "não... aqui mesmo" enquanto me apertava a carne, deixando o meio das minhas pernas cada vez mais molhado. Por Deus... que se dane onde estávamos. Deslizei uma das mãos para dentro da calça dele, segurando-o com firmeza por cima da cueca. Ele gemeu baixo no meu ouvido e afastou minha calcinha com um movimento ágil, me introduzindo o polegar, que deslizou pra dentro da minha carne até onde pode alcançar.

Gemi baixinho, agarrando-me a ele, meus dedos crispados nas suas costas. Mal podia respirar. Ele retirou o dedo molhado lentamente, e introduziu-o outra vez, fazendo-me prender a respiração. Afogou sua boca na minha, faminto, enquanto mantinha o vai-e-vem em estocadas firmes e deliciosas. Minha língua passeava pela sua boca, enquanto minha cabeça girava e aquele doce tormento acelerava mais e mais. Meu coração parecia querer sair pela boca. Meu orgasmo se aproximava rapidamente, e eu perdi o que restava do meu pudor. Comecei a mexer os quadris, enquanto gemia naquele beijo, acompanhado os movimentos rápidos da mão dele. Afastei-me daquela boca convidativa, enquanto meu corpo se retesava, o orgasmo cada vez mais perto. Ele me torturava, penetrando-me cada vez mais fundo. Na fronteira do abismo, sussurrei "ahh... porra". Ele me enlaçou ainda mais faminto, apertando o peito contra meu corpo, e me impunha seu dedo com mais força enquanto sussurrava de volta no meu ouvido.
- Isso... fala... - ele ordenou, enquanto sua mão me possuía.
- Ahh.. Wagner... porra...
- Isso... xinga, gostosa...
- Ah... mete assim... seu puto... - ele mordeu meu pescoço, assim que o xinguei - ahh.. caraaaalhoooo...
O orgasmo veio numa torrente de prazer, rasgando-me por dentro. Arqueei o corpo, gemendo sem parar, sentindo aquela boca quente passar do meu pescoço aos meus seios, mordendo-me os mamilos rígidos através de vestido, sem parar de me penetrar. Do primeiro orgasmo passei a outro, e a outro... o prazer vinha em ondas cada vez mais fortes, enquanto Wagner me estimulava cada vez mais, incansável e faminto. Por fim, respirei fundo, embriagada de prazer, à medida que meu corpo serenava. Ele retirou o dedo, me acariciando com a mão toda uma última vez, lentamente, sobre minha vulva inchada e sensível. Ele me abraçou, aconchegando-me, dando-me tempo para me recuperar do turbilhão que me envolvera, enquanto acariciava meu cabelo com a mão levemente trêmula. Eu sabia que ele a essa altura, o desejo o queimava por dentro.

Assim que minha respiração normalizou, procurei sua boca novamente. Ele correspondeu meu beijo de forma ansiosa, quase violenta. Eu o provocava, sugando-lhe a língua, enquanto minha mão deslizava para dentro da sua cueca. Depois daquele orgasmo avassalador ao qual eu havia me entregado, eu estava louca por ele, e sentia-me uma completa devassa. Nós estávamos no cinema! Um mar de cadeiras enfileiradas e vazias haviam testemunhado cada espasmo que aquele macho gostoso acabara de me proporcionar. A essa altura, a possibilidade de sermos pegos nem mesmo me passava mais pela cabeça. Tudo que eu desejava era dar prazer àquele homem, naquele exato instante.

Afastei a cueca, expondo aquela tora dura, deslizando minha mão da cabeça até a base firmemente. Ele se afastou do meu beijo, xingando baixinho, respirando pesadamente, quase enlouquecendo. Deixando-me a boca livre, recomecei a beijar-lhe o peito novamente, e entre um beijo e outro, eu chupava e mordia. "Isso, safada..." ele sussurrou, a medida que eu o mordia, e ia descendo lentamente pelo abdomem dele. Estava quase tocando em sua parte mais sensível, que já pulsava na minha mão, quando parei. Num momento de expectativa, que para ele deve ter parecido uma eternidade, eu simplesmente fiquei ali, masturbando-o lentamente, com minha boca tão perto que ele podia sentir o meu hálito quente. Ele me observava com o olhar em chamas, o peito arfando de desejo, enquanto eu sustentava o seu olhar. Quando ele entendeu minha provocação, ordenou com algum esforço, a voz quase inaudível: "engole". E eu o abocanhei lentamente, de uma só vez, até onde consegui aguentar.

Ele gemeu, um gemido longo e grave, enquanto jogava a cabeça para trás, entregando-se ao prazer que sentia. Eu recuava e o engolia, recuava e engolia ainda mais fundo, lenta e continuamente. Ele ajeitou meu cabelo, arrumando um rabo-de-cavalo improvisado que segurou firme com a mão esquerda. Então usou esse ponto de apoio para conduzir-me os movimentos, empurrando e puxando meu cabelo suave e firmemente, ditando o ritmo no qual desejava ser engolido. Eu estava excitadíssima, enquanto ele me "usava" como bem queria. Ele estava adorando, e começou a contrair os quadris, empurrando-se mais para o fundo da minha garganta. Quando comecei a lhe cariciar lentamente o saco, ele gemeu profundamente, e passou a possuir minha boca com urgência, agarrado ao meu cabelo, de um modo quase violento. Com a outra mão eu lhe arranhava o peito, e consegui apartar-me dele por um breve momento, para provocá-lo. "Goza pra mim, seu putinho", eu ordenei, e voltei a engoli-lo até o fim. Ele acelerou as estocadas, praticamente levitando da cadeira, possuindo a minha boca cada vez mais fundo e mais rápido, gemendo sem parar. Então ele se entregou a uma onda violenta de prazer, e senti minha boca se encher daquele leite grosso e quente, enquanto ele gemia mais alto, de um modo quase sofrido. Tão excitada eu estava que gozei outra vez, contorcendo-me na cadeira, a boca totalmente ocupada, sentindo aquele membro duro contra a minha garganta. Quando finalmente serenamos, ele me puxou gentilmente pelo cabelo, e me deu um beijo longo e exausto.

Ficamos recostados nas cadeiras do cinema, logo depois dele ter recomposto suas roupas, abraçados, nossas cabeças encostadas uma na outra, enquanto ainda respirávamos ofegantes. O filme já devia estar bem adiantado... o que não tinha a menor importância, no final das contas. Fiquei meditando sobre como aquele safado que me abraçava devia ter premeditado tudo desde o início. Ri intimamente da situação. Aquela safadeza que ele armara me fazia gostar ainda mais dele agora. Que... tarado!

Quase como se ouvisse meus pensamentos, ele acariciou meu cabelo e me deu mais um beijo quente e profundo. Então, sugeriu, com a cara mais lavada do mundo:
- Vamos pra segunda rodada num motel?
- Por que não, né? - respondi, tão cínica quanto ele, e divertindo-me um bocado com a minha própria cara-de-pau.

6 comentários:

  1. Preciso dizer que nem o ar condicionado da sala foi suficiente para evitar o "calor" proporcionado pelo conto...
    Carácoles! Sempre quis fazer amor no cinema... Ainda vou matar essa vontade, rsss

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  2. Esse conto foi quente, com certeza! Foi algo bem... primitivo. ;)
    Hmmm, pelo jeito essa é uma fantasia bem popular. Aceito sugestões de outras fantasias assim! É só escrever para o meu e-mail com a idéia, gente. Quem se habilita?

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    1. Fazer no carro ou no banheiro do shopping/avião também são fantasias comuns...

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    2. Hmmmmm, valeu pela dica, Sammy! Boa!

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  3. Gostei, realmente deu calor, rs!
    Só tem uma coisa que não me convenceu: depois que terminou tudo, ele puxou ela pra dar um beijo. Meninos tem nojo do que eles mesmos produzem... acho um beijo meio difícil nessas situações, rs.
    Mas tá muito bem escrito, envolvente e eu gostei muito. Deu até vontade de tentar, kkkk.

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    1. Obrigada, Nanda!
      Pois é, o que acontece, rss, não são todos os homens que tem esse preconceito não... tem alguns que gostam de sentir "seu próprio gosto" na boca da sua fêmea, rss... Mas obrigada, eu gosto de ouvir essas opiniões divergentes de vcs, é isso que enriquece o que eu escrevo ^^
      Obrigada novamente, um conto assim faz voar a imaginação né? :P

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