sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Série Zaíra - episódio 2 - Hog, o demônio guardião

Hog, o demônio guardião


- MINHA! Ela é minha, só minha!
Rosno entre dentes, irado. Giro o machado com força, atingindo o tronco de uma árvore jovem, que vai ao chão no mesmo instante. Retalhos os galhos que se espalham pelos lados do tronco decepado, cravando repetidas vezes o machado no chão, com toda a minha fúria. Imagino meu oponente caído aos meus pés, imagino meu machado desmembrando os braços e pernas daquele animal arrogante. Maldito, tocou na minha fêmea!
Sinto mais uma vez o gosto ácido no fundo da garganta, quando a ligação psíquica que há entre eu e Zaíra me revelou que ela estava se entregando a ele. Senti a excitação dela ao acariciar o maldito savante, enquanto ele a possuía. Pude sentir cada espasmo do prazer da minha necromante, enquanto aquele animal a penetrava, da maneira como sempre desejei fazer. Urro de dor e raiva. Eu vou matar o desgraçado!
Na qualidade de servo dela, tive de engolir em seco quando os dois saíram da taverna, semi-ocultos pela penumbra da noite, abraçados como dois pombinhos. Ela me disse que não precisaria de mim até o dia seguinte, e virou-se para ir embora. Vestia a camisa dele, sobre as vestes rasgadas. Ela simplesmente me dispensou! Está confiando sua vida àquele animal inferior, quando eu tenho muito mais poder para protegê-la, quando essa é minha função como seu servo e seu guardião.
Mas ela tem poder sobre a minha vontade, sou um demônio invocado por ela, ao seu bel prazer. Se ela diz "fique", eu fico. Permaneço longe dela, indignado, e furioso! Grrrrrrrrrrrrrrr!
Embrenho-me entre as árvores, no denso bosque ao lado da taverna. Quero paz. Quero ficar só, antes que meu urros furiosos atraiam atenção indesejada. Não suportaria ainda ter de dar explicações a ela por conta do meu descontrole.
Arremesso o machado numa árvore próxima, num gesto inútil de frustração. Meus músculos queimam sob a pele azul, meu olhos estão quase em chamas. E algo mais queima dentro de mim. Meu desejo ardente e selvagem por ela.
Maldição, estou duro desde que a senti excitada lá dentro. Duro a ponto de sentir dor pelo meu cacete confinado na armadura. Livro-me da parte metálica da minha vestimenta, liberando-o. Passo a mão em toda a extensão dele. Meu desejo urge por ela. Se eu não der uma boa gozada hoje, vou acabar enlouquecendo.
Meu desejo é só para ela. Só com ela eu seria capaz de me satisfazer. Minha fêmea, minha senhora, minha dona...
Imagino o rosto dela, forte e inocente ao mesmo tempo. Imagino seu corpo, as formas roliças da minha necromante, os quadris fartos, a silhueta feminina, os seios firmes que se avolumam evidentes por baixo do manto, tentando minha imaginação sempre. Lembro seus cabelos escuros que se derramam sobre os ombros, e o cheiro doce de flores que sempre emana deles. Fecho os olhos. Quase posso sentí-la. Meu corpo inteiro vibra de excitação enquanto acaricio meu cacete duro, sentindo toda a extensão dele. Sinto-o pulsando. Estou louco pra me satisfazer.
Eu a imagino linda como é, minha Zaíra deitada na relva, lânguida ao sol... enquanto eu o agarro com mais força e me masturbo, cada vez mais intensamente. O orgasmo se aproxima rapidamente, mas eu desejo prolongar minha própria tortura. Imagino-a ordenando que eu diminua o ritmo, e logo obedeço. Passo a masturbá-lo mais perto de base, evitando tocar na cabeça inteiramente lubrificada, o que me faria explodir antes da hora. Continuo a acariciá-lo com força, porém lentamente, enquanto imagino minha musa à minha frente, levantando-se, caminhando em direção a mim. Ela sorri, aquele sorriso cheio de segurança e segundas intenções que já vi tantas vezes em seu rosto. Vejo-a erguer as mãos em direção aos seios, acariciá-los por cima do manto, vejo os bicos enrijecerem e formando um lindo volume sob o tecido espesso. Rosno, rouco de desejo, e ela sorri novamente, descendo as mãos ao longo do corpo, acariciando o ventre, os quadris, as coxas. Seu corpo se mexe sinuosamente, os quadris desenham círculos em uma dança lenta, cheia de luxúria. Ela está se exibindo pra mim. Acelero os movimentos, apertando meu cacete entre os dedos, segurando meu saco com a outra mão, sentindo-o balançar no ritmo da minha masturbação. Essa sensação me excita ainda mais.
Continuo imaginando-a, cada vez mais sensual, e ela agora me encara, chupando os próprios dedos enquanto me olha nos olhos, provocando-me além do que posso aguentar. Acelero o ritmo, masturbando-me de forma mais rápida e até violenta, apertando com força a cabeça lubrificada dele a cada ida e vinda. Imagino-me agarrando os cabelos dela com uma das mãos, fazendo-a ajoelhar perante mim, e masturbo meu cacete violentamente, ainda relutando ao orgasmo o máximo possível, para prolongar meu prazer. Por fim, não consigo mais adiar, meu corpo inteiro treme clamando pela satisfação do meu desejo. Eu o aperto ainda mais, explodindo num orgasmo que me rasga por dentro, e urro alto, vendo os jatos de porra que inevitavelmente começam a jorrar até o rosto da minha fêmea. Continuo a apertá-lo naquele doloroso vai e vem, mais para perto da base, forçando-me a jorrar até a última gota de porra que consigo naquela carinha linda.
Finalmente, deixo os braços caírem ao longo do corpo, meus músculos exauridos em sua energia, meu corpo inteiro imerso naquela sensação morna de lânguida satisfação. Respiro fundo, com os olhos ainda fechados, e deixo-me ficar absorto na sensação deliciosa de prazer, de paz, de satisfação...
Quando minha respiração se tranquiliza, vários minutos depois, abro os olhos. Estou só, no bosque noturno. Minha fêmea não está comigo, a não ser em meus pensamentos. Em minha mente e em meu coração, Zaíra está comigo sempre. Embora nesse exato momento esteja na cama de outro...
Não quero pensar nisso.
Visto novamente a parte metálica de minha armadura, arranco meu machado do tronco da árvore na qual o arremessei.
Deixo o bosque, caminhando sem rumo certo, aguardando a hora em que minha dona me evocará novamente, e eu farei apenas o que ela me ordenar. É isso que eu sou, um servo. É só para isso eu existo.

***

Nota da autora: O episódio 1 da série Zaíra pode ser lido no link abaixo: